domingo, 15 de janeiro de 2012

Quando o cult vira pop

O cult é algo que agrega seguidores fiéis ao longo do tempo. Uma obra (livro ou filme, por exemplo) pode vir a se tornar cult por conseguir conquistar um público cativo, não precisa ser um sucesso de bilheteria ou de vendas, porém é preciso fazer com que um grupo de pessoas se identifiquem profundamente com aquilo. O termo cult traduzido ao pé da letra significaria "culto", "o venerar" algo.


Uma pergunta: Se tomarmos por base os dias de hoje poderíamos, dizer que David Guetta e Crepúsculo seriam cult's?

Uma resposta: Não se sabe.

O cult só é definido após muito tempo. Dando uma de vidente eu diria que é muito impossível as atuais menininhas (ou meninos que pensam que são menininhas) curtirem crepúsculo daqui à uns 20 anos. Já o David Guetta eu considero que seria menos difícil manter um público fiel que irá lembrar dele como único, particular, diferente daqui a 20 anos.

Ser diferente. Isso é o que os corajosos buscam, na verdade. Esses querem arriscar, ser únicos e o melhor modo de se destacar é inovando, fazendo algo que ninguém (ou poucos) fizeram ou pensaram. O mais cômodo, por outro lado é ser igual. É mais fácil procurar uma tribo, se encaixar e ser aceito; mas isso pode não nos fazer plenamente felizes. As diferenças sim, são o que fazem uma pessoa ter destaque, e com os cult's não é de outra forma. Aliás, é sim. A intensidade é maior! Acredito que o maior culto dos cult's é o serdiferentismo. E isso muitas vezes acaba gerando um certo desprezo com o que é comum, com o que faz sucesso, com o que é pop.

Nessas horas o cult torna-se algo restritivo, isolador. Muitas pessoas costumam comparar seus gostos com os dos outros, desmerecendo-os. "Quem é cult tem que gostar de Chico Buarque e se você não gostar você é um fodido". Tomando por esse caminho ser cult não agregaria nada a ninguém, seria um obstáculo às experimentações e ao novo. Travaria nossas cabeça no tempo do star wars, ou talvez a guitarra se resumiria ao Jimi Hendrix, sendo dispensáveis toda e qualquer inovação ocorrida em todo esse tempo.

E quando o cult vira pop?

O que faz sucesso e fica massificado, muitas vezes pelo simples fato de ter se tornado clichê deixa de figurar no roteiro de alguns, independente da qualidade ou não. Dou como exemplo um documentário que assisti recentemente: os seguidores de Bob Dylan se apaixonaram por ele por conta das suas canções de protesto com tom questionador às políticas públicas do governo americano. Teve um momento em sua carreira que Bob quis mudar, tocar algo diferente, então montou uma banda de rock'n'roll e fez músicas incríveis como "Like A Rolling Stone" e "She Belongs To Me", músicas que seguiam a linha do que era pop na época, o rock. Querendo ou não o sucesso das músicas de protesto serviram como uma prisão pra ele, uma prisão difícil de se sair porque corria o risco de perder seus fãs cegamente presos ao passado e que desprezavam as novidades.

Nada que é cult já nasceu cult. Acredito que no fundo o sonho de todo cult era ser pop! Creio nisso pelo simples fato de quem faz um filme quer ganhar um Oscar, quer que todos vejam - nenhum diretor tem em mente: OH, VOU FAZER UM FILME QUE DAQUI A TRINTA ANOS VÃO SE LEMBRAR DE MIM POR CONTA DESSE JOGO DE LUZ ALUCINÓGENO QUE TEM NA CENA 23; todos que escrevem algo querem que todos leiam. (Eu no meu blog quero sim que tenha acessos de muitas pessoas de muitos lugares, que se torne popular... POP) Todos o jogadores de futebol querem ser famosos e jogar no barcelona, ninguém quer ser venerado daqui a vinte anos porque batia falta de calcanhar ou corria em campo como um corredor de marcha atlética. Todos queremos o sucesso! Quando ele não vem alguns ficam com um prêmio do consolação, o rótulo de CULT.

Não acredito que o culto a algo seja ruim, pelo contrário. Ele reúne pessoas em torno de um fim comum e isso é massa! O que não pode acontecer é isso tornar a ÚNICA coisa legal das galáxias. Seu quadrinho japonês da década de 90 não pode ser o único mangá irado, nem a nostalgia que você sente da bossa nova pode lhe deixar surdo ao que está tocando hoje.


Deixe o rancor de lado, não banque o pseudo-intelectual só pra detonar o que é popular. O facebook com certeza vai ficar muito melhor quando a guerra entra os que amam e os que odeiam BBB acabar. Não me interessa a sua opinião, to cagando se Justin Bieber é melhor que Mike de Mosqueiro ou não. É preciso antes de tudo respeitar as opiniões e os gostos das pessoas.

2 comentários:

  1. Sabe o que eu acho? rótulos fodem tudo.. tem coisas boas que são ruins, coisas ruins que são boas, coisas cults que são pop e vice-versa e blá blá blá... A gente pode escolher o que quer ver, o que quer ouvir e pode tolerar também algumas coisas (exceto vizinhos desrespeitosos). Acho que eu curto ver novela, não gosto de bbb, gosto de pagode, de metal, samba, mpb e de britney spears ...etc... Mas gosto mais ainda de respeito. Gosto é gosto, a gente não escolhe, é tipo sexualidade.. A escolha a ser feita é respeitar ou não, e essa sim é importante e define o seu caratér.
    Ah sim, me empolguei tanto q quase esqueci de parabenizar pelo texto, muy bueno! hahhhahahah e olha, não precisa dizer "obrigada"! (eu sei que voce não vai mesmo hahahahhhah depois daquela eu nem devia mais te elogiar!)

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    1. "Antirotulez Reload"... Sim, continuo com minha heróica e mesopotâmica campanha de morte aos rotulezes, huahauhaua. Rótulos são uma merda mas eles estão a solta, grrrrrr. Prefiro seguir o zeca baleiro que diz: minha tribo sou EU!

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